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Setembro amarelo: Prevenção ao suicídio

17.09.2019 10:38

Setembro é o mês voltado à reflexão e à prevenção ao suicídio. No Brasil, a cada 45 minutos uma pessoa tira a própria vida. O suicídio já é tratado pelo Ministério da Saúde como um problema de saúde pública e, por isso, a importância de quebrar os tabus e preconceitos que cercam o tema e proporcionar apoio às pessoas que estão passando por situações de vulnerabilidade emocional.

Como fazer isso? Ampliando as discussões e munindo as pessoas de informações sobre como proceder nesses casos. Uma pessoa que está pensando em suicídio, está em grande sofrimento psíquico e em muitos casos busca ajuda sem falar abertamente sobre o assunto. Algumas frases são comuns no discurso do potencial suicida, tais como: “Eu preferia estar morto”, “Eu não aguento mais”, “Se eu morrer o sofrimento vai acabar”. Essas expressões servem também de alerta para as demais pessoas que cercam quem está passando por essa situação de fragilidade emocional, são um sinal de que algo não está bem.

As falas são, por vezes, encaradas como algo que não é verdade “Disse isso apenas da boca para fora” ou “para chamar atenção dos outros”. Existe uma crença muito forte de que a pessoa que quer se matar não demonstra, não avisa, e isso é um mito. O indivíduo está em um sofrimento tão grande que para ele, a única alternativa para cessar a dor é acabar com a própria vida.

Os motivos que levam a esses pensamentos e atos em geral são multifatoriais e estabelecidos por um conjunto de causas. Os sentimentos nutridos são ambivalentes. Por um lado quer cessar a dor e, por outro, tem desejo de uma vida melhor.

Diante de todos os tabus que enredam o suicídio, muitas pessoas ficam sem saber o que fazer quando veem o outro em sofrimento. O primeiro passo que se pode seguir é conversar com a pessoa que está passando por esse problema. Um diálogo franco, aberto, principalmente escutando sem julgar e oferecendo suporte emocional. Nesse momento, não se deve invalidar as falas e sentimentos que estão sendo apresentados, cada um sente e expressa a dor de maneiras diferentes.

O adoecimento do corpo físico pode desencadear quadros de depressão ou de profunda tristeza, agravantes no risco de suicídio. Surgem dificuldades que antes não existiam. A perda da autonomia, a aceitação da doença e as rotinas médicas e hospitalares são fatores estressores. Nesses casos, é fundamental que o acompanhamento psicológico seja realizado e isso não se restringe somente ao paciente, mas sim a toda família. Quando mente e corpo andam juntos, tudo flui melhor.

Conversar sobre suicídio não incentiva ninguém a se matar, o que leva ao ato extremo é justamente o contrário. É a falta de ajuda, de apoio, de compreensão, é o julgamento alheio e a negação de que a tristeza sentida é verdadeira. Quem pensa em suicídio, sente-se muito sozinho, assim, poder escutar e compreender os sentimentos do outro proporciona alívio e faz com que ele perceba que está acolhido diante de sua dor.

É importante ajudar o indivíduo a buscar acompanhamento profissional. Em casos mais graves ou de crises, não deixar a pessoa sozinha e procurar um serviço de emergência ou hospitalar. Existe também o CVV (Centro de Valorização da Vida) que realiza um valioso trabalho, gratuito, sigiloso, 24h por dia, através do número 188. Esse atendimento é um apoio primordial nos casos em que a pessoa está fragilizada, só e em crise. Portanto, busque ajuda ou apoie alguém que esteja precisando!


Referências:

CVV (Vitória - ES). O QUE POSSO FAZER PARA AJUDAR QUEM PENSA EM SUICÍDIO?. Disponível em: https://www.cvv.org.br/blog/o-que-posso-fazer-para-ajudar-quem-pensa-em-suicidio/. Acesso em: 12 set. 2019.
SIMONETTI, ALFREDO. MANUAL DE PSICOLOGIA HOSPITALAR: O MAPA DA DOENÇA. 8. ed. [S. l.]: ARTESA EDITORA, 2018. 200 p.

 

Este texto tem caráter informativo.  Para diagnóstico ou tratamento de doenças psicológicas, procure um profissional de sua confiança.

Nathalia Zandoná - Psicóloga CRP 07/ 31228

 

 

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